As principais tendências do mercado de luxo para 2025

O período de pandemia, trouxe grandes impactos mundiais, afetando até mesmo mercados luxuosos, que jamais imaginaríamos sofrer quedas e prejuízos tão relevantes como os setores de hotelaria, cruzeiros, joias e mobiliários, por exemplo, porém, há uma perspectiva de que este mesmo segmento de hotelaria e turismo, que sofreram tantos impactos, sejam os primeiros a terem uma retomada mais rápida, devido a volta e um aumento no número de viagens nacionais e principalmente, as internacionais, com foco nas vendas online.

Vale lembrar também que a expectativa agora fica por conta da chegada de uma vacina e meios mais seguros de se controlar os riscos de transmissão do vírus, esse setor retoma rapidamente seu ritmo.

Claro que o ritmo desta retomada dependerá muito também da região, não apenas dos setores. Ambos ainda são variáveis.

Em uma visão macro, acredita-se que a Europa e as Américas sofram uma maior contração da procura no setor de bens pessoais de luxo, estimando uma queda de 30% a 40% nas vendas e tempo de recuperação aproximadamente entre 12 a 18 meses.

Quanto ao Oriente Médio e Ásia, os investidores acreditam que consigam uma recuperação mais rápida após o impacto negativo da pandemia.

Em relação a bens pessoais de luxo, esses tendem a ser mais resilientes às consequências do impacto causado pela pandemia.

Devemos lembrar que todos impactos causados pela pandemia do Coronavírus se dá a nível global, portanto, qualquer análise deve ser feita através de uma visão macro, uma vez que o resultado das políticas protecionistas em decorrência da pandemia e de uma eventual instabilidade política global, poderão ocasionar novos acordos comerciais, ressaltando que será a difusão de tecnologias digitais que fará a diferença, podendo haver alterações bem significativas neste respectivo mercado, mundialmente falando.

As tendências do mercado de luxo em âmbito global, analisada pelo Global Fashion & Luxury Private Equity and Investors, Survey 2020, estudo feito pela Deloitte, revela que cerca de 70% dos investidores irão manter seus investimentos neste mercado, apesar de todos impactos sofridos no período da pandemia e, ainda segundo esta análise, os setores mais relevantes serão de vestuário e acessórios, cosméticos e perfumes e de luxo digital, que deverão continuar recebendo aportes.

Resumindo, sete em cada dez fundos devem manter seus investimentos no segmento de alto consumo.

A previsão é de retomada e crescimento contínuo até 2025, podendo atingir até 1,1 vezes o nível de vendas registrado em 2019, apesar da queda que sofreu em 2020.

Em 2019 foram registradas 271 operações de fusões e aquisições, o que representa, seis a mais em relação a 2018, sendo que o setor de hotelaria liderou a movimentação, com a significativa marca de 43% do total. 

O maior negócio foi a aquisição da joalheria Tiffany pelo grupo LVMH, pelo respectivo valor de US$ 16,2 bilhões.

Com tudo isso, o mercado de luxo se encontrava aquecido no início de 2020.

As marcas, tiveram que criar uma estrutura mais adaptada ao digital, embora muitas já faziam uso desse meio, porém, houve uma grande necessidade de se reestruturarem, uma vez que, por um período, essa acabou sendo sua única forma de continuar viva no mercado.

Recorrer ao uso das novas tecnologias, como uso maior de big data, inteligência artificial e internet passou a ser imprescindível para não ficar com prejuízos ainda maiores durante o período. Em um cenário como este, até mesmo o uso de startups passou a ser propício para este mercado de luxo.

Devido a tantos impactos e mudanças, não há como esperar que as lojas físicas permaneçam como antes. A loja física pode sofrer mudanças até mesmo em seu formato tradicional, passando de ponto de venda a um ponto de contato. Muitos já estão considerando esse formato “guide shop” (um modelo em que o cliente pode conhecer os produtos e até provar roupas, porém, a finalização da compra é feita pela internet), como possível alternativa a ser seguida por muitas marcas, mesmo no período pós pandemia, pois a fase acabou “adiantando” para muitos, aqueles experimentos que estavam sendo programados para serem feitos mais para frente, porém, uma chegada inesperada como esta, fez e certamente continuará fazendo com que muitas marcas revejam tais procedimentos como possibilidade ou até mesmo, como uma realidade a ser adotada.

Em épocas que hoje já podemos considerar que eram “normais”, um estudo da consultoria Bain & Company que divulga resultados relativos a esta indústria de luxo local ou mundialmente, havia feito uma previsão de que a tendência para esse mercado luxuoso até 2025 seria de:

  • Crescimento do mercado interno da China;
  • Canais digitais envolvidos em toda e qualquer compra de luxo;
  • Vitória da adversidade (referente às misturas de etnias, orientação sexual, culturas, subculturas);
  • A reinvenção das lojas (pontos de venda físicos tendem a desaparecer);
  • Atendimento personalizado ao extremo;
  • A máquina é o cliente (inteligências artificiais não só farão encomendas pela internet como poderão ir pessoalmente, adquirir itens);
  • As transações em dinheiro vivo devem encolher 80% devido a pagamentos biométricos, por celular ou mesmo com criptomoedas;
  • Consumidores mais jovens e questionadores que representarão cerca de 55% do mercado e contribuirão com um crescimento de 130% deste segmento de luxo;
  • Áreas de atuação sobrepostas (fronteiras de competitividade se cruzando com mais frequência e intensidade);
  • Costumes e questionamentos provocados pela digitalização da vida, exigindo capacidade de adaptação cada vez maior.

Lembrando que estas eram previsões feitas em um período em que não se contava com uma surpreendente pandemia que, em alguns aspectos acabou corroborando as previsões desta pesquisa, em alguns casos, até antecipando tais previsões, enquanto que outras, teremos que aguardar para ver se estavam corretas.

Porém, algo já está mais que comprovado, mais do que nunca, o foco será no uso da tecnologia, nos canais de distribuição online, marketing, promoção digital e até de sustentabilidade ambiental, que terá um papel cada vez mais relevante para as marcas dentro da sociedade, para que as mesmas sejam bem vistas e lembradas pelo público, adotando definitivamente essa filosofia que se mostrou mais que necessária entre as grandes marcas, principalmente depois de um impacto tão significativo que o mundo sofreu ante esta fase de pandemia do Coronavírus.

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